terça-feira, 27 de outubro de 2015

3 - Diante do Rei dos Reis

O corpo de Natasha não estava muito longe da rota principal, sorte dela, pois caso contrário provavelmente ela morreria naquele lugar, afinal as pessoas quando viajam no inverno sempre ficam na rota principal, como Natasha era inexperiente em viagens com certeza nem passou pela sua cabeça tal cuidado.
Ao abrir os olhos a primeira imagem que Natasha viu foi a do seu cavalo amarrado na carroça, ela respirou então aliviada. Após perceber onde estava a mesma tentava visualizar a pessoa no qual estava conduzindo a carroça, o viajante. Ela então segue para parte da frente ao lado do viajante para agradecê-lo por ter salvo a sua vida, o viajante por sua vez demonstra está muito preocupado e pede para que a mesma retorne ao interior da carroça e se mantenha agasalhada. Logo, logo eles parariam e poderiam conversar com mais calma.
O viajante era um homem muito bem afeiçoado e de bom porte, trafegava por aquela rota por muitos e muitos anos, mas naquele ano especificamente ele estava atrasado em algumas das suas entregas. Por mais atrasado que estivesse o mesmo não iria cometer a loucura de ficar a noite viajando, pois durante a noite o frio era mais intenso, então o viajante parou em uma ruína que aparentava ter sido uma casa, para poder passar a noite e alimentar os cavalos.
-Tem alguns legumes e carne nessas caixas, prepare a comida, disse ele.

 Ela prontamente pegou as caixas para preparar a refeição, enquanto o viajante cuidava dos animas e estendia a tenda que os abrigaria durante a noite.
Cavalos alimentados, tenda arrumada, hora de comer. Natasha com certeza não era boa cozinheira, mas qualquer coisa quente naquele inverno era um manjar! O viajante era um homem calado, de modo que Natasha não sabia como iniciar uma conversa, ela o olhava meio de lado pensando, tentando entender quem era aquele homem, admirava os seus traços, a cor do seus olhos, em fim ela o observava.
Então o viajante interrompeu o silêncio, queria saber porque Natasha se encontrava caída naquele estado na estrada, no inverno e sozinha. Ela abaixou a cabeça envergonhada  respondeu todas as perguntas do viajante.
Natasha estava pronta para ouvir um esporro, um puxão de orelhas, mas não, ao invés disso:
-Ah eu também sai da minha cidade natal, percebi que lá não era o meu lugar.