O corpo de Natasha não estava muito longe da rota principal, sorte dela,
pois caso contrário provavelmente ela morreria naquele lugar, afinal as pessoas
quando viajam no inverno sempre ficam na rota principal, como Natasha era
inexperiente em viagens com certeza nem passou pela sua cabeça tal cuidado.
Ao abrir os olhos a primeira imagem que Natasha viu foi a do seu cavalo
amarrado na carroça, ela respirou então aliviada. Após perceber onde estava a
mesma tentava visualizar a pessoa no qual estava conduzindo a carroça, o
viajante. Ela então segue para parte da frente ao lado do viajante para
agradecê-lo por ter salvo a sua vida, o viajante por sua vez demonstra está
muito preocupado e pede para que a mesma retorne ao interior da carroça e se
mantenha agasalhada. Logo, logo eles parariam e poderiam conversar com mais
calma.
O viajante era um homem muito bem afeiçoado e de bom porte, trafegava por
aquela rota por muitos e muitos anos, mas naquele ano especificamente ele estava
atrasado em algumas das suas entregas.
Por mais atrasado que estivesse o mesmo não iria cometer a loucura de ficar a
noite viajando, pois durante a noite o frio era mais intenso, então o viajante
parou em uma ruína que aparentava ter sido uma casa, para poder passar a noite e alimentar os cavalos.
-Tem alguns legumes e carne nessas caixas, prepare a comida, disse ele.
Ela prontamente pegou as caixas para preparar a refeição, enquanto o viajante
cuidava dos animas e estendia a tenda que os abrigaria durante a noite.
Cavalos
alimentados, tenda arrumada, hora de comer. Natasha com certeza não era boa cozinheira, mas qualquer coisa quente
naquele inverno era um manjar! O viajante era um homem calado, de modo que
Natasha não sabia como iniciar uma conversa, ela o olhava meio de lado pensando, tentando entender quem era aquele homem, admirava os seus traços, a cor do seus olhos, em fim ela o observava.
Então o viajante interrompeu o silêncio, queria saber porque Natasha se encontrava caída naquele estado na estrada, no inverno e sozinha. Ela abaixou a cabeça envergonhada respondeu
todas as perguntas do viajante.
Natasha estava pronta para ouvir um esporro, um puxão de orelhas, mas não, ao
invés disso:
-Ah eu também sai da minha cidade natal, percebi que lá não era o meu lugar.